A poltrona Womb celebra 75 anos

Desenhada por Eero Saarinen para a Knoll, a poltrona Womb desafiou convenções do que uma cadeira deveria ser, desde a sua silhueta orgânica até à inovadora utilização de materiais. Depois de ter ganho em 1941 o concurso 'Organic Design in Home Furnishings' do MoMA com Charles Eames, Saarinen estava desejoso de continuar a explorar as possibilidades de uma cadeira que oferecesse conforto através da sua concha e não da quantidade de enchimento.



Inicialmente, Saarinen começou o seu trabalho com a criação de pequenas cadeiras operativas em fibra de vidro, mas mudou de direcção quando Florence Knoll, a directora criativa da marca, o abordou e pediu-lhe para criar uma poltrona onde uma pessoa pudesse realmente relaxar. Uma peça que desafiasse a forma como as poltronas da época encorajavam as mulheres a sentarem-se de forma vertical, com tornozelos cruzados e mãos sobrepostas. "Disse ao Eero que estava farta das poltronas unidimensionais... longas e estreitas. Quero uma poltrona em que seja possível sentar de lado ou de qualquer outra forma", disse-lhe em 1946. O seu amigo e colaborador concordou, notando a necessidade de uma "poltrona grande e realmente confortável para tomar o lugar das velhas cadeiras estofadas", uma que se adaptasse aos interiores modernos que criavam.



Eero Saarinen, que antes de se tornar arquitecto tinha pretensões de estudar escultura, criou uma peça onde a tridimensionalidade da forma assumiu um especial destaque. Colaborando inicialmente com um construtor naval, que trabalhava com fibra de vidro e resina, e após muitas iterações e protótipos, a poltrona foi aperfeiçoada, estreando-se no mercado em 1948 como modelo 70, que mais tarde viria a ser conhecida como 'Womb Chair'.



Tal como no início, a poltrona da Knoll ainda é hoje produzida à mão. Desde a modelação da concha até às costuras perfeitas, a equipa de artesãos altamente experientes contínua a seguir o mesmo método cuidado para criar uma das icónicas peças do design do século XX. A sua forma imediatamente reconhecível e as ideias que lhe deram origem, respondem à nossa necessidade primordial de procurar conforto ilimitado, algo que continua a fazer sentido ao longo de várias gerações.

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